a mitologia maia é uma das mais misteriosas quanto à origem e significado de seus rituais, os quais se baseiam em oferecer sacrifícios aos deuses maias. Embora o povo dos maias se desse a tarefa de estampar seus mitos no papel, isso não valeria muito depois da chegada dos espanhóis a terras americanas.
os espanhóis queimaram grande parte dos papéis onde se encontrava a mitologia dos maias, e por isso na atualidade há muitas lacunas quanto ao que sabemos sobre as crenças e a cultura deste povo em particular.
no entanto, são conhecidos dados sobre os deuses maias, entidades às quais este povo mesoamericano prestava culto. Neste artigo, veremos quais são as principais divindades maias que existem e algumas de suas características.
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os deuses maias mais importantes
existem três textos maias que sobreviveram à queima dos espanhóis (Popol Vuh, Chilam Balam, e as Crônicas de Chacxulubchen); são de onde se extraiu a maior parte da informação que se tem até agora sobre dita cultura e sua religião. Partindo destes documentos, a seguir revisaremos uma lista dos deuses maias mais influentes.
Hunab Ku: Pai de todos os deuses
Dentro da cultura maia este Deus é o único que possui vida e do qual provêm todas as outras coisas, não só os outros deuses maias, mas tudo o que se encontra ao nosso redor.
é um Deus dual, por isso representa também o tudo e o nada. Os maias o invocam por meio do Sol, de onde acreditam que vem.
Chaac: Deus dos relâmpagos e da chuva
esta divindade é uma das mais populares e louvadas do panteão dos maias, em vista de que lhe são atribuídos dons para proporcionar colheitas abundantes. Ele é ilustrado como um homem idoso com tromba e língua de réptil.
na Península de Yucatán, uma zona castigada pelas secas, é onde mais se venera a este Deus.
Itzamná: Deus da sabedoria
esta divindade é uma das mais multifacetadas que os maias tinham. Representa as origens da ciência e do conhecimento, também é conhecido como o Deus do Sol, soberano do céu, mestre do dia e da noite.
este Deus se encarrega de manter um equilíbrio entre a vida e a morte, e promove o caos para que possam existir novas criações.
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Pawahtun: carregador do Cosmos
a mitologia maia ilustra essa divindade de duas maneiras diferentes. Em uma das versões, ele é visto como um único homem velho e desdentado com uma concha de tartaruga, enquanto em outras ele é colocado como quatro homens encarregados de segurar os quatro cantos do universo.
Dentro da cultura maia a carapaça da tartaruga é símbolo de força e proteção, já que foi em um deles que o Sol e a Lua se esconderam durante a destruição do mundo.
Ixchel: deusa do amor
esta divindade é a esposa do Deus da sabedoria (Itzamná) e está associada a múltiplas ações além do amor. Os trabalhos manuais, a vegetação, a fertilidade e a medicina, são algumas das coisas com as quais se associa dentro da cultura maia.
a ilustração desta deusa consiste em uma velha esvaziando um vaso sobre a superfície da terra.
Kinich Ahau: Deus do sol
com respeito a este Deus existe um debate, pois se diz que se origina de duas divindades diferentes, mas não fica claro de qual delas provém realmente. Tudo vai depender da região onde se lhe rende culto.
alguns dizem que vem de Itzamná, enquanto outros dizem que vem de Kinich Kakmó. Além desse dilema, Kinich Ahau é considerado, além do deus do sol, o patrono da música e da poesia.
Yum Kaax: Deus do milho
trata-se de outra das divindades mais louvadas dos maias, por causa de que lhe são atribuídas habilidades de favorecer aos caçadores quanto à sua sorte, e de ser responsável pelas boas colheitas dos Semeadores. Os maias o mostram como um homem jovem e ocupado no trabalho manual da terra.
Kauil: Deus do fogo
os maias o descrevem dentro de sua cultura como pai e mãe dos humanos, o fogo tinha um papel transcendental dentro da mitologia dos maias. Os habitantes desta civilização pensavam que aquele que dominava o poder do fogo era capaz de controlar sua violência interior.
os rituais a este Deus continuam na atualidade a base de fogueiras nas quais os participantes, depois de terem interagido com o fogo destas, saem renovados. Ele é ilustrado como uma figura ambígua de boca de cobra e nariz comprido.
Ek Chuah: Deus do cacau
um Deus dotado de duas capacidades pontuais por parte da cultura maia. A primeira é a de fomentar e favorecer a sementeira do cacau na terra, e a segunda é a de promover os conflitos como patrono da guerra.
Era muito popular entre os vendedores ambulantes, os quais o veneravam diariamente para que suas vendas andassem bem.
Yum Kimil: Deus da morte
Soberano do submundo e do inferno Maia, esta divindade malévola serviu como fonte de inspiração para as ilustrações que se dão atualmente à morte em muitas de suas versões, sobretudo a que a representa como um esqueleto.
Yum Kimil, segundo a mitologia maia, rondava as casas dos doentes para caçar novas vítimas e levá-las ao inferno. A maneira que tinham de afugentá-lo era gritando o mais alto que podiam.