a Floresta Atlântica neotropical suporta um dos mais altos graus de riqueza de espécies e taxas de endemismo no planeta, mas também sofreu uma enorme perda florestal. No entanto, não existe informação em larga escala sobre a distribuição espacial dos seus restos que possa orientar as acções de conservação, especialmente quando não estão disponíveis dados sistemáticos sobre a biodiversidade. Neste contexto, nossos objetivos eram quantificar quanto da floresta ainda resta, e analisar sua distribuição espacial. Consideramos toda a Mata Atlântica brasileira, e oito sub-regiões, definidas de acordo com a distribuição de espécies. Os resultados revelaram uma situação grave: mais de 80% dos fragmentos são < 50 ha, quase metade da floresta restante está < 100 m de suas bordas, a distância média entre fragmentos é grande (1440 m), e as reservas naturais protegem apenas 9% da floresta restante e 1% da floresta original. Por outro lado, as nossas estimativas da cobertura existente da Mata Atlântica foram mais elevadas do que as anteriores (7-8%), variando de 11,4% a 16%. As diferenças entre as estimativas estão principalmente relacionadas com a nossa inclusão de florestas secundárias intermediárias e pequenos fragmentos (<100 ha), que correspondem a aproximadamente 32-40% do que resta. Sugerimos algumas diretrizes para a conservação: (i) grande maduro fragmentos florestais deve ser uma prioridade de conservação; (ii) os menores fragmentos podem ser geridos de forma a manter funcionalmente ligados mosaicos; (iii) a matriz de entorno de fragmentos devem ser geridos de modo a minimizar os efeitos de borda e melhorar a conectividade; e (iv) acções de restauro devem ser tomados, principalmente em certas áreas-chave. As diferenças claras na quantidade restante e na sua distribuição espacial dentro de cada sub-região devem ser consideradas no planeamento para a conservação da biodiversidade.
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